Autoridades Reagem: “Interferência Autoritária”
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, foi direto: acusou Trump de tentar “fabricar uma crise” e de “violar a soberania do estado”. Para Newsom, a presença de tropas federais em solo californiano, sem autorização, é uma afronta institucional. O conflito político se agrava, com Washington impondo força e os estados resistindo à ingerência.
A colunista Sandra Cohen, especialista em relações internacionais, foi ainda mais incisiva: classificou a movimentação de tropas como “interferência autoritária”, uma estratégia deliberada de intimidação e controle social que fere os fundamentos da democracia americana.
A prefeita de Los Angeles, Karen Bass, também se posicionou. Embora tenha feito um apelo por manifestações pacíficas, deixou clara sua indignação: “Trump está tentando intimidar esta cidade. Os protestos devem continuar, mas com responsabilidade e inteligência”.
Isolamento Global: O Mundo Vai em Direção Contrária
Enquanto os Estados Unidos militarizam suas ruas, o restante do mundo aponta para soluções diplomáticas e humanitárias em crises migratórias. A União Europeia reforça políticas de acolhimento. O Canadá amplia programas de integração. Até mesmo países em desenvolvimento, como Colômbia e Argentina, buscam equilíbrio entre segurança e direitos civis.
A postura dos EUA, ao invés de reafirmar liderança, os afasta do consenso global. O unilateralismo agressivo adotado por Trump, somado à retórica populista, faz com que Washington seja vista cada vez mais como uma potência em desacordo com os valores democráticos do século XXI.
Democracia em Risco: Onde Está o Limite do Poder Federal?
A crise em Los Angeles é apenas o reflexo de uma pergunta maior: qual o limite do poder presidencial frente aos direitos civis e à autonomia dos estados? A militarização da política não é apenas uma tática — é uma filosofia de governo. Ao recorrer às forças armadas para controlar protestos legítimos, o presidente sinaliza que vê a democracia como obstáculo, não como princípio.
Comparada a outras democracias consolidadas, a resposta dos EUA é preocupante. Em vez de negociação, confronto. Em vez de reformas, repressão. A imagem global dos EUA como bastião da liberdade entra em colapso diante das câmeras que registram prisões arbitrárias, jornalistas agredidos e cidadãos amedrontados.
Jornalista Australiana Ferida Durante Entrada Ao Vivo
Em um dos episódios mais impactantes do fim de semana, a jornalista australiana Lauren Tomasi, da emissora 9News, foi atingida por um disparo policial enquanto fazia uma entrada ao vivo no domingo (8). O momento foi registrado por seu cinegrafista. Tomasi estava de costas para um cordão de policiais quando um dos agentes a mirou e atirou diretamente em sua perna.
O vídeo da agressão correu o mundo e gerou repúdio imediato de entidades de imprensa e governos estrangeiros. O episódio escancara o grau de brutalidade policial nas ruas de Los Angeles, inclusive contra a imprensa internacional — um ataque direto à liberdade de imprensa, pilar fundamental de qualquer democracia.
Conclusão: Um País em Ruptura
A repressão em Los Angeles não é um episódio isolado — é a cristalização de uma crise institucional profunda. O governo federal, ao agir unilateralmente, força uma ruptura com os princípios federativos e democráticos do país. A Califórnia resiste, mas a escalada continua. O mundo observa e julga. E, enquanto o país se divide, a democracia norte-americana perde o fôlego.
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